Bom, depois de uma viagem de quatro horas e apenas 14,80
euros (graças aos descontos do trem da Alemanha para reservas via internet),
cheguei em Zürich (ou Zurique, em português).
Cheguei e fui procurar o hostel, que ficava bem pertinho da estação. Encontrei,
mas era 1h da tarde e o check-in começava só às 3h. Então, fui dar uma volta.
Andei um pouquinho pela rua do hostel, que se chamava
Niederdorfstrasse, que quer dizer mais ou menos “rua da vila baixa”. Essa
informação vai fazer sentido mais pra frente... Bom, o hostel era muito bem
localizado, mesmo porque o centrinho de Zürich é bem concentrado: estação, rio
Limmat, ruas principais. Fui dar uma volta pelas margens do rio e observar a
cidade.
Minha primeira impressão de lá foi meio a que ficou depois
da viagem. Zürich é bonita, segura, organizada e chique. As pessoas são bonitas
e as coisas são caras. É uma cidade de compras, tem coisas liiindas pra vender,
mas não tem muito pra fazer além de um dia se você não quer gastar. As coisas
são caras, mas dá pra achar umas ofertas boas se você olhar bem. Eu não resisti
e comprei algumas coisinhas. Por exemplo, comprei uma blusa por 10 francos
(mais ou menos 8 euros), e depois achei a mesma blusa em outra loja por 29,90
francos, o triplo do preço. Ou seja, dá pra achar coisa legal e não tão cara,
sim!
Uma coisa meio chata é a moeda. Eles usam francos e não
euros, então ou você não troca dinheiro e fica escrava do cartão de crédito
(com o maldito IOF) ou você troca e é obrigada a gastar tudo lá. As lojas normalmente
aceitam euros, mas o troco é em francos, então você não escapa de uma das
opções acima de qualquer maneira.
Outra coisa, achei a cidade MUITO internacional. Todos os
vendedores falam inglês em algum nível e tem muuuita gente falando inglês nas
ruas, ou seja, muito estrangeiro. Além disso, tem muuuitos brasileiros, o que
eu não esperava na verdade. É nessas horas que eu vejo como a Alemanha
realmente, por algum motivo, não é um destino muito popular para brasileiros,
porque em qualquer lugar encontro mais de nós do que lá. Exceto Malta, mas essa
história é velha.
Bom, achando que eu não ia gastar, eu levei um monte de
porcariada pra comer na bolsa e, realmente não tive que comprar comida. Mas não
esperava pelas tentações das compras... Gente, sou pobre agora, tenho que
resistir. Mas acho que fui bem, gastei uns 60-70 euros, vai...
No final do rio tem o lago de Zürich. Sentei lá na margem
pra comer algumas das minhas porcarias e ficar olhando o movimento. Eles
plantaram várias flores coloridas pelas margens e vários patos e cisnes estavam
nadando, então estava muito lindo.
Depois de lá, voltei pela Niederdorfstrasse para fazer o
check-in no hostel. A ruazinha era uma delícia. É uma rua de pedestres cheia de
barzinhos e lojas, e bem movimentada. Adorei a localização. Tinha até um
restaurantezinho brasileiro chamado Little Brazil.
O hostel, City Backpackers Hostel Biber, também era uma
graça. Fiquei num quarto feminino de seis camas, tive sorte que naquele dia
eles estavam trocando todos os colchões e peguei uma cama novinha. O
atendimento também era ótimo e, claro, encontrei dois brasileiros na recepção.
Deixei umas coisas lá e fui dar mais uma volta.
Fiquei andando pelo centro e fui ver uma ruazinha chamada
Neumarkt, que vi na internet que era tipo a rua dos intelectuais de Zürich.
Achei que podia ser tipo uma Montmartre de lá e fui conferir, mas nada mais era
do que uma ruazinha bonitinha, mas pequenininha e sem nada muito chocante. Bom,
mas valeu a pena porque era bem pertinho do hostel.
Achei interessante olhar as vitrines de Zürich. Tinha umas
bem criativas e outras bem bizarras. A cidade tem várias lojas meio
alternativas também. Também vi umas coisas bem legais, tipo uma livraria só de
livros em inglês (pra ver quanto estrangeiro tem por lá) e uma espécie de Fnac
só de música e instrumentos musicais.
Também achei uma “Schuhmacheria”, que nada mais é do que uma
sapataria, mas gostei do nome =) . Também vi um gato de rua de Zürich
(Zuriquenho? Zuriquiano?), e, como todos de lá, ele também era limpinho, pomposo
e bem alimentado hahahah.
Interessante que vários barzinhos tem as cadeiras com umas peles. Foi a primeira vez que vi.
Depois fui andar na rua mais conhecida da cidade, a
Bahnhofstrasse, que, como o nome diz, fica ao lado da estação de trem. É também
a rua de compras chiques da cidade. O bom é que tem menos risco de me fazer
gastar dinheiro, né? Mas o comecinho dela tem lojas mais para meros mortais.
É
lá também que ficam várias das chocolaterias famosas de Zürich. A mais
conhecida dela é a Sprüngli. Eu entrei, mas acabei não comprando nada, porque
tudo era muito caro e eu queria comprar uma caixinha de macarons da Ladurée,
que já são caros, então resolvi me controlar.
Quando eram quase 19h (aqui está claro até as 20h mais ou
menos agora), voltei para o hostel porque não gosto de ficar fora à noite
quando viajo sozinha. Só que eu não tinha levado meu computador e fiquei
pensando que diabos eu ia fazer por cerca de cinco horas até ter vontade de
dormir. Eu tinha um livro, mas eu não estava empolgada a ponto de lê-lo por
cinco horas seguidas (Razão e Sensibilidade da Jane Austen. Apesar de que,
agora que comecei, tô gostando e acho q encararia, viu? Se bem que eu provavelmente
terminaria de lê-lo em cinco horas...). Maaas, por uma feliz coincidência,
quando cheguei no quarto outra menina chegou e ela era muuuito legal. Começamos
a conversar, daí chegou a amiga dela (elas estavam em duas), que também era
legal. Bom, simplesmente ficamos conversando das 19h às 23h da noite, o que resolveu meu problema de nada pra
fazer. Uma delas era inglesa de origem paquistanesa e a outra americana.
Falamos de viagens, ela contou do Paquistão, contamos causos, falamos besteira,
demos risada, enfim, foi muito legal encontrá-las. Perto da hora de dormir,
chegaram as outras duas do nosso quarto, duas americanas que eu não fui com a
cara. Principalmente de uma oriental que tinha cara de quem cheirou peido e
ficava dando risadinhas internas talvez rindo de nós, sei lá. Como o assunto
não rendeu mais quando as metidinhas chegaram, fomos dormir.
No dia seguinte, me despedi das meninas, fiz check-out e saí
umas 10h para as últimas horas em Zürich. Meu trem era às 15h e eu já tinha
visto todo o centro. Então, resolvi visitar a sede da FIFA, que era na puta que
pariu de Zürich, lá no canto do mapa. Mas eu tinha tempo e nada pra fazer. E,
pelo mapa, o caminho era praticamente um retão por uma rua que se chamava
Zürichbergstrasse, o que quer dizer mais ou menos “rua da montanha de Zürich”.
Foi caminhando para a FIFA que eu descobri que as ruas de Zürich têm nomes que
fazem muito sentido! Então vocês imaginam o que aconteceu: eu saí da “rua da
vila baixa” e fui até o canto do mapa pela “rua da montanha de Zürich”. Sim,
uma subida interminááável!!! Foi mais ou menos uma hora de subidÃO. Mas eu fui
mega lerda e parei várias vezes pra beber água. Foi horrível ver várias
velhinhas me ultrapassando, mas tudo bem, a terceira idade da Europa é beeem
ativa realmente. E a rua era linda! Toda verde, cheia de flores por causa da
primavera. E pelo menos a volta ia ser bem fácil.
Chegando na FIFA, encontrei dois ônibus de excursão da Mary
Kay. Adivinha de onde? Brasil! Fala sério, as pessoas da minha antiga empresa
se matando de trabalhar pra ir todo ano pra Bahia enquanto a Mary Kay vai pra
Suíça... tsc tsc. Bom, foi bom que eles estavam indo embora, então deu tempo de
eu perguntar umas coisas de como funcionava, mas eles não iam ficar pra
estragar minhas fotos hehe. Primeiro fui ver o jardim. Tinha um monumento que
parecia de madeira, de jogadores, bem legal.
Também tinha um jardinzinho cheio
de flores em volta de uma escadaria com o nome de cada país em um degrau. E
também um campo de futebol! Eu nunca tinha parado pra pensar, mas eu nunca
tinha pisado num campo de futebol (arquibancada não vale), então tirei várias
fotos também.
Depois entrei e dei uma olhada no saguão, que era só o que
turistas podiam fazer. Mas foi legal mesmo assim. Eles têm uma réplica da taça
da Copa, os cartazes das copas desde a primeira em mil novecentos e bolinha, e
também as bolas oficias das últimas copas.
Tirei fotos, porque eu lembrava bem
da bola bonita da Copa da Alemanha e da famosa Jabulani da África. E também vi
a “Brazuca” do Brasil, que eu nem tinha visto e nem sabia o nome. Comprei um
chaveirinho oficial e fui embora descer a montanha de Zürich. Que bom que o
tempo estava bom. E a volta foi uma delícia!
Depois disso, voltei pra Bahnhofstrasse comprar meus
macarons e passar numa chocolateria suíça pra gastar os 7 francos que me
sobraram (acabei comprando coisas em euro e pegando troco). Comprei aquelas
barras rústicas de chocolate que você paga pelo peso, sabe? Peguei um pedacinho
de chocolate com macadâmia, um de chocolate com confete e um que chamava
Florentiner, tipo aquele Cresta da Lindt, com uns amendoins caramelados. Todos
muito bons... Surpreendentemente, acho que o de confete foi o meu preferido.
Enfim...
Voltei para a estação e tive que esperar duas horas pelo
trem ainda. Fiquei olhando um pouco o movimento e depois fui caminhar no andar
de baixo e descobri que ela é ENORME no subsolo, tipo um shopping center. Mas
como faltava menos de meia hora para o meu trem, fiquei com medo de me perder
(sério, é GRANDE) e voltei. Também não queria gastar mais.
Bom, de Suíça é isso! E, para terminar, vou deixar desejar uma boa Páscoa ao estilo suíço pra vocês!