Minha amiga Adriana e seu marido
estão passando férias aqui na Europa e, por sorte, estavam passando o final de
semana em Füssen, uma cidade relativamente perto de Heilbronn, que tem uma das
coisas que eu mais queria conhecer na Alemanha: o castelo de Neuschwanstein.
Então, fui encontrá-los para passarmos o fim de semana juntos.
Saí de Heilbronn na sexta logo
depois da aula, porque a viagem é bem longa até Füssen. Peguei um trem ao
meio-dia na estação. Foram cinco horas e meia de viagem, com quatro baldeações.
Mas vou dizer que eu gostei da viagem, porque a-do-ro viajar de trem e ficar
vendo as estações e descendo em algumas delas. Chamou minha atenção
particularmente a estação de Ulm, porque estava um tempo bem feio de chuva e a
estação é feia, num lugar feio (chamou atenção no mau sentido, portanto, hehe,
porque é difícil se sentir “mal” nas estações alemãs). Fiquei tão curiosa com a
estação feia que fui dar uma volta por ela. Era razoavelmente grande e meio
apertada, mas o que eu gostei foi que, pela primeira vez na Alemanha, achei uma
livraria com livros decentes em inglês, não só aqueles romances semi-eróticos
baratos. Os livros na Europa são relativamente em conta e eu comprei dois por
menos de dez euros (o de contos dos irmãos Grimm e Vanity Fair – não a revista
de fofocas, o romance inglês). Aliás, estou lendo Queda de Gigantes do Ken
Follett e é bem legal, nunca tinha lido nada dele. Li quase metade na ida e
volta para Füssen, me ajudou a passar o tempo. Bom, chega de falar de livros.
Cheguei em Füssen mais de cinco
da tarde. Fui para o hostel, que ficava perto da estação, como eu sempre
procuro reservar. Era um HI – Hostel International, então bem padronizadinho e
arrumadinho. Coincidência ou não, eu normalmente só conheço pessoas quando fico
nos hostels do HI, não sei o porquê. Fiz amizade com uma americana muito
tagarela e simpática, que já morou no Haiti (achei o máximo! O que faz uma
americana loira-Barbie ir morar no Haiti? Adoro encontrar essas pessoas
interessantes na Europa), e com uma coreana que pediu demissão para viajar
sozinha pela Europa falando menos inglês do que eu falo alemão hahaha. Super
boazinhas. Outro exemplo de pessoas interessantes que eu encontrei, não sei se
eu contei, foi em Heidelberg, a velhinha do Irã que morava em Portugal e falava
português fluentemente comigo (sim, Irã e português). Demais.
Bom, no dia seguinte, logo cedo,
fui encontrar a Dri no apartamentozinho que eles alugaram. Uma graaaça, eu
poderia morar lá. Tomamos café, pegamos o carro e fomos para o castelo. Tivemos
MUITA sorte, porque no meio do clima chuvoso da primavera (o mais feio e com
menor visibilidade possível para ver o castelo), no sábado nevou! Ou seja, o
castelo estava lindo e branquinho para fotografarmos! Além das montanhas,
cheias de pinheiros com neve, lindo!
Chegamos lá e começamos o tour
pelo castelo de Hohenschwangau, onde a família real de Maximilian II vivia.
Pegamos um audio-guide em português de Portugal, o que tornou tudo muito mais
divertido (porque as esculturas de mármore "carara" eram "faxinantes"). Eu sou meio idiota mesmo, mas eu acho o sotaque deles super
engraçado e às vezes ficava com uns ataques de riso (a Dri não pode falar muito
porque peguei ela rindo várias vezes também hahahah). Bom, o castelo é bem
bonito, como todo castelo. O quarto da rainha era meio brega, com pintura e
objetos turcos (decorações “mourixcax”, de acordo com o audio-guide português
hahaha). O quarto do rei tinha pinturas de mulheres peladas all around e o teto
tinha pintura de céu com estrelinhas que os empregados acendiam de noite. Super
fresco.
Saímos de lá e fomos caminhando
para o castelo de Neuschwanstein. O pessoal de lá aconselha a pegar o trem ou a
charrete, mas nós fomos a pé, firmes e fortes. E com o guarda-chuva aberto,
porque a neve das árvores estava começando a derreter e caía umas bolotas na
cabeça das pessoas. Eu levei umas duas na cabeça até abrir o meu. No caminho,
tiramos foto de um lago lindo. Além disso, não fez tanta diferença ir andando,
porque as charretes andavam praticamente na nossa velocidade.
Chegamos ao castelo e pegamos o
audio-guide de Portugal de novo, óbvio. Não podíamos tirar fotos de dentro,
infelizmente. O castelo de Neuschwanstein foi a construção que inspirou Walt
Disney a criar o castelo da Cinderela, e realmente, de todos os castelos que já
vi, ele é o mais “conto-de-fadas”, com as torrezinhas, os tijolinhos e o portão
iguais aos dos desenhos animados. Neste caso, eu desconfio que a Cinderela
tenha sido o rei Ludwig II, que construiu o castelo para morar sozinho em clima
medieval, já que era solteiro, louco (sério, ele foi declarado insano na
época), e estava perdendo poder por ter perdido batalhas. Além das
estrelinhas no quarto, ele tinha uma gruta com luzes coloridas (DENTRO do
castelo), uns salões cheios de pinturas mega chiques em estilo romano ou
reproduzindo uma floresta muito Disney. O quarto dele, então, era cheio de
detalhes mega frescos: as estrelinhas, os móveis, as pinturas, as cortinas,
etc.
Saímos do castelo e fomos até a
ponte da montanha, de onde se pode tirar a foto mais bonita de lá. Só que tem
um problema pra quem tem medo de altura. Olhe onde é a ponte. Dá pra ver o risquinho branco lá em cima?
A ponte tem um chão de tábuas de
madeira, algumas se mexem um pouco, e fica MUITO no alto. E é estreita. Eu não
acredito que tenha perigo, por ser um site tão famoso na Alemanha, mas como eu
tenho medo de tudo, inclusive de altura, vou te contar que deu um pânico. Tirei
algumas fotos (sem olhar pra baixo), todas parecidas porque não consegui me
mexer muito. Mas valeu muito a pena, a vista é maravilhosa. Sem contar que, no
dia anterior, pelo que as meninas do hostel me falaram, a neblina não deixava
ver o castelo, e essa foto teria sido impossível. Que sorte!
Saímos de lá e fomos almoçar num
restaurante alemão ali mesmo nos castelos. Comi salsicha e salada de batata
mais uma vez (acho que logo logo eu enjôo). E, finalmente, comi um Apfelstrudel! Com calda de baunilha. Que aliás, mais parecia uma sopa do que uma sobremesa. Que delícia!
Depois voltamos para Füssen. Fomos
dar umas voltas pela cidade, ver a igreja, o riozinho e tal. A cidade é
bonitinha. De noite, voltamos para o apartamento para jantar e bater papo até umas
dez e pouco da noite, quando voltei para o hostel. No dia seguinte, tomamos
café juntos mais uma vez e fui para a estação para mais seis horas de viagem de
volta a Heilbronn. Mas foi um final de semana super gostoso!
Dri, se ler isso, mais uma vez
obrigada pela companhia, pelas caronas e pelos cafés-da-manhã, amiga!
PS1: Acho que por causa da neve
que deixa o solo muito frio, as ruas ficam cheias (CHEIAS) de minhocas mortas.
Dá nojo e dó.