segunda-feira, 25 de março de 2013

Mais Fotos

Quando o tempo parecia melhorar, hoje acordou nevando. Que droga. Bom, estou contando os dias para-sexta feira (hoje é segunda), primeiro feriado e minha primeira viagem! Na volta escrevo como foi e coloco fotos.

Hoje vim postar algumas fotos de Heilbronn para vocês verem melhor. A do centro eu já coloquei no último post, vou pôr umas da margem do rio. Realmente não tem muito do que tirar foto por aqui.




Dá pra ver por onde caminhamos (ou andamos de bicicleta) e uma das torres que estão espalhadas pelo centro da cidade.

Também postando duas fotos de coisas interessantes que achei caminhando no sábado. Uma de uma "árvore de páscoa" e a outra de uma caixinha de correios toda decorada.



Este sábado fui caminhar até o centro porque a prefeitura dá 100 euros para gastarmos em algumas lojas específicas e eu, encarnando uma perfeita pão-dura, fui trocar por itens de banho e um presentinho para a dona Bruna Severino, da coleção dos gatos que meditam, que chama "Oommh..." hahahah

Também fui tentar encher o pneu da minha bicicleta (em vão) dentro da casinha de bicicletas, quando um espertinho que não me viu me trancou lá dentro. Quando eu fui abrir, surpresa, não tem tranca do lado de dentro. Sim, fiquei trancada na casinha de bicicletas por uns 10 minutos até que passou um velhinho e abriu pra mim.

Também tenho fotos do parque, que está horrível, sem nenhuma folha quase. Vou colocar só algumas pra vocês terem uma ideia, mas eu tirei várias na esperança de fazer um antes e depois algum dia no futuro. Vamos ver.




E por último, quando eu estava chegando em casa, finalmente vi uma árvore com florzinhas! Toda feliz, fui tirar uma foto e... pisei na merda! Hahahahah! Literalmente. Sim, não foi o melhor final de semana do mundo, mas o próximo será melhor. Agora vou postar a foto, porque ela me saiu cara e ilustrará a lição de "sempre olhar por onde pisa quando andar nos canteiros da Alemanha".


quarta-feira, 20 de março de 2013

Uma semana... Burocracias e curiosidades

Bom, na verdade só amanhã vai fazer uma semana que eu estou aqui, mas estou escrevendo hoje já. Minha semana tá bem cansativa. Como qualquer coisinha idiota que eu faço é nova, tudo é meio difícil, então parece que o tempo passa super devagar. Ainda é quarta!! Tô perdida em tantas burocracias e coisinhas chatas pra arranjar.

Bom, hoje tenho uma grande coisa para compartilhar. Descobri... UMA NOVA ALA DO SUPERMERCADO... ohhhhhh! Sim, tudo começou ontem quando eu perguntei para o Sam se realmente eles não vendem achocolatado na Alemanha e ele disse: "Acho que vendem sim, na parte de cafés, no andar de baixo do supermercado". Andar de baixo?!?!?! Óbvio que hoje eu fui lá e descobri um mundo novo. Quando eu já estava conformada em passar meus próximos dezoito meses a leite e sopa, descobri a ala dos pães, dos macarrões, das saladas/patês, dos bolos... Ah, que maravilha! Achei até Leite Moça (Milch Mädchen, que bonitinho), mas adivinhem? Realmente não tem achocolatado. Tudo é com café. Milhões de capuccinos, choco capuccino, frappé capuccino, white capuccino, pqp capuccino e nada do Nescau. Bom, para economizar, então, ficarei no leite puro. Mãe, fique tranquila porque depois de devorar duas barras de chocolate Lindt esse fim de semana me proibi de visitar a ala dos chocolates.Olha, mas uma coisa eu devo dar o braço a torcer pra Procter (e não é média, eu nem dei o link do blog pra ninguém de lá hehe), tem horas que não tem nada melhor do que encontrar seu bom e velho Pantene ou Always no supermercado. Apesar de que tem uns Always super chiques aqui. Hoje o item mais caro que eu comprei foi um absorvente, o tal de Always Silk Collection (Coleção Seda), com ActiPearls (ActiPérolas). Vou descobrir o que é que ele tem de tão especial, ou não. Tem uns gigaaaantes também, que você pode até encarnar Xena a princesa guerreira e ele vai continuar lá. Ah, deixa eu parar de falar disso né?

Mudando de assunto, visualizem a cena (esqueci de contar). Estou eu segunda-feira na aula de abertura, o professor termina o discurso de boas-vindas e eu me preparo para bater palmas quando... todo mundo começa a bater na mesa. Ééé, tipo toc-toc na mesa vááárias vezes. Bizarro!! Daí eu disfarçadamente baixei a mão e bati na mesa também. Eles fazem isso todas as vezes! É muito estranho! A menina da Irlanda (ela chama Niamh - que se pronuncia Niv) também achou estranho, ela também bate palmas. Coisa de alemão.

Ônibus. Aqui não é obrigado a dar lugar pra velhinhos e as pessoas muitas vezes realmente não dão. É bem estranho, não esperava isso da Alemanha. Tem coisas que, apesar de às vezes eu reclamar, são super civilizadas no Brasil. Por outro lado, aqui os carros realmente param na faixa se você vai atravessar. Até se você ainda tá meio longe da faixa às vezes eles param. E aqueles semáforos de pedestre que tem que apertar o botão, é interessante que quando a rua é muito larga, às vezes tem um botão com o desenho de uma mãozinha na bengala. Ou seja, se tem um velhinho com dificuldade de locomoção, ele aperta lá e o semáforo pra pedestres deve ficar verde por mais tempo. Bom, agora já aprendi a pegar ônibus e descobri que vale a pena comprar o "Tageskarte", bilhete que vale por um dia, até que meu passe da faculdade (passagens grátis) chegue. Mas de qualquer forma são 4 euros por dia... Salgaaado... Outro dia até fui uma estação a mais e tive a feliz surpresa de parar na prefeitura da cidade, que além de útil pro meu visto, é bem bonitinha.


Bicicleta. Hoje a Sra. Cope (do aluguel, nascida no Brasil, lembra?) veio aqui pro meu condomínio ver umas coisas com o Sr. Keller (o velhinho que toma conta) e me mostrou a bicicleta dos filhos dela. Ela abriu a porta do depósito e eu vi uma pink (não rosa bebê, é pink mesmo, tipo quase roxo) que me lembrou muito a minha azulzinha da Holanda. Subi em cima dela e, apesar de meio baixa, achei confortável. Daí ela me sugeriu a maior, com 12 marchas, esportiva, mas eu achei muito avançada pro meu gosto, gostei da pink. Ela falou que não sabe se a pink é de criança, mas achamos que não. Ela é levemente menor que as outras do estacionamento. Levemente (sério). Enfim, seja o que for, ela é do tipo que dá pra eu pular fora caso perceba que vou cair. Mas a bicicleta tava com o pneu murcho e ela me disse pra testar esse fim de semana pra ver se eu quero, e pediu 40 euros (MUITO barato, uma nova custa no mínimo 299 pelo que vi), porque as bombas que tinham no estacionamento não serviam nela. Bom, depois que ela foi embora, fui pra internet procurar um bike shop, achei um aqui do lado, mas indo lá descobri que fechou, que merda. Agora todos são longe. Daí fui no OBI, que é um supermercado tipo Telhanorte+Tok&Stock atravessando a minha rua que tinha me deixado revoltada porque é gigante e não tinha roupa de cama nem travesseiro, e por incrível que pareça ele tem uma seção de bicicletas. Olhei bem pra tudo que tinha lá e voltei pro estacionamento ver bem o que a minha roda tinha de diferente. Descobri que o bico dela é mais grosso e lembrei que vi uns metaizinhos estranhos no OBI que pareciam algo do tipo. Exato, são adaptadores. Fui lá e comprei um adaptador e um cadeado. A bomba vou usar "emprestada" das outras bicicletas hehe. Mas ainda não descobri como colocar o adaptador, tenho que ver.

Ah, é engraçado que as coisas mais difíceis de encontrar são aquelas coisas que normalmente nem nos damos conta de que precisamos. Sacos de lixo. Aqui o lixo é todo complexo. Fui procurar na internet qual cor é qual e desisti. Tem tipo 12 cores, tem que separar papel de revista e papelão dos papéis de embalagens, por exemplo, e separar o lixo orgânico de alimento do de banheiro teoricamente. Não tenho paciência e graças a Deus nosso condomínio não tem tantas lixeiras. Mas o banheiro não tem lixo, porque as pessoas jogam os papéis na privada, mas nem tudo é papel e eu precisava urgentemente de sacos de lixo, porque no supermercado eles não têm saco plástico e eu só tinha um do Brasil quase cheio. Achei no OBI, graças a Deus!

Que mais? Ah, hoje tive as primeiras aulas mesmo. Descobri que todos os alunos da minha turma sabem tudo sobre economia mundial e estou em pânico porque eu sou totalmente alienada e não sei nem a do Brasil. E o pior é que o professor é daqueles que apontam pra você e fazem perguntas. E adivinha sobre o que era o texto de introdução? Sobre um economista do Brasil. Que nervoso! Sorte que a única pergunta que ele me fez foi se no Brasil tinha petróleo, eu sabia, mas nesse fim de semana vou fazer umas pesquisas na internet. Eu nem sei o que a gente exporta hoje em dia.

Ontem fui almoçar num restaurante/lanchonete, porque também sou filha de Deus. Cheguei e pedi o prato principal de lá (que eu não sabia o que era - Maultasche, ou algo assim) com ovos e salada de batata. Me preparei psicologicamente pra fazer o pedido e a mulher, pra variar, me voltou com uma pergunta que eu não entendi. Caramba! Só me dá o que eu pedi! Aprendam isso, quando você acha que vai conseguir dar uma de fluente naquela língua que você está aprendendo, pode apostar que vão voltar pra você com uma pergunta e te pegar. Enfim, depois de ela repetir três vezes a pergunta, eu percebi que ela estava me dando duas opções. Eu repeti a primeira coisa que ela falou sem saber o que era até agora e foi. Meu, comi tão bem. Veio uma massa meio omelete com uma salada de batata gigante. Nem consegui comer tudo. E ah, aqui não vi Coca Cola nos restaurantes, só Afri Cola, olha que estranho.

Bom, por hoje é só, vou deixar vocês com algumas fotos. Primeiro a do meu fogão, que eu já tinha falado que é diferente.


Agora com a terrível água de cereja (fujam se encontrarem) e com a versão Vanilla do Happy Drink.





Agora com o campus I da universidade de Heilbronn (aquele que fica do lado da minha casa e onde eu NÃO vou ter aula).




Campus II, onde eu tenho aula:


E uma foto de uma praça no centro da cidade, perto de onde eu comi o Maultasche. E fui!








segunda-feira, 18 de março de 2013

Primeiro dia de aula

Gente, pulei o domingo porque choveu e eu fiquei o dia inteiro em casa. Hoje é segunda e foi meu primeiro dia de aula. As surpresas começaram quando ontem, ao tentar achar a sala da minha primeira aula, eu descubro que o campus que tem aqui do meu lado não é o meu campus, e que eu vou ter que pegar dois ônibus pra ir pra lá, olha que legal. Preciso de uma bicicleta urgente.

Bom, então acordei hoje e tive que ir pagar meu aluguel no Student Housing Office, com a senhorinha super simpática que falava em português comigo por email e me achou uma casa quando todo o mundo virava as costas para mim. No Google Maps era do lado do campus da faculdade que fica do meu lado (o campus I), mas obviamente eu me perdi. Liguei pra ela, entrei na faculdade pra pedir informação, até que eu cheguei lá. Ela é brasileira! Ela nasceu no Brasil, apesar de sempre ter morado na Alemanha e ser toda alemã na aparência, ela vai muito para o Brasil e nasceu lá. Ah, aliás, o nome dela é Elisabeth. Toda fofa, com uma canequinha de café da bandeira do Brasil. Eu agradeci de novo por ela me ajudar e ela me disse que tinha que conseguir um lugar pra mim porque eu sou a única brasileira aqui hahahha. Pois é, tem lugares no mundo onde isso é possível. Ela também me disse que está vendendo as bicicletas dos filhos e vai trazer em casa pra eu ver na quarta se eu quero comprar. Espero que dê certo!

Bom, paguei o aluguel e o depósito e fui pegar o ônibus para a faculdade. Como ainda não estava chovendo, peguei um só e fui o resto do caminho a pé. Encontrei outra menina perdida no caminho e fomos juntas. Daí acabei chegando uma hora mais cedo lá e fiquei vendo a abertura do bacharelado, até começar a abertura do Master, às 11h. Foi só apresentação dos professores e assistentes, do curso e algumas informações gerais. Também tivemos que nos apresentar. Daí pegamos o ônibus para fazer um tour pelo campus I (ou seja, o perto de casa) e pegarmos o cartão que dá direito à cantina e às vending machines. Meu curso tem 17 alunos, só eu e mais uma estrangeira (uma menina da Irlanda, super legal, já conheci), mas vamos ter várias aulas com o Master de Turismo, que tem 17 alunos estrangeiros. Já conheci vários, uma menina da China, uma da Coréia (gente, que branco, Korea se escreve assim em português?), um menino do Equador e mais um pessoalzinho que conversei. Parece ter bastante gente legal e perdida, assim como eu (legal e perdida hehe).

Bom, ia ter um tour pela cidade, mas só umas 5 pessoas queriam ir, daí eu também fiquei com preguiça e voltei pra casa. Almocei uma sopa de letrinhas (hehe Buchstabensouppe) e agora vou no supermercado comprar água normal (vou me certificar que não é de cereja desta vez). Espero que pare de chover, odeio chuva...

PS1: Depois de perder um tempão tentando achar fósforos no supermercado, vi que aqui o fogão não acende com fogo (aliás, o Chan falou "Nossa, no Brasil é com fogo??" como se EU fosse a bizarra). Você gira o botãozinho e ele começa a esquentar as bocas. E no lugar das bocas na verdade estão placas redondas de ferro ou sei lá que metal. Bem prático. Agora não sei onde enfio os fósforos. Vai que um dia acabe a luz né?

domingo, 17 de março de 2013

Sábado



Terceiro dia. Hoje eu andei uns 15 quilômetros, sério. Primeiro fui pra faculdade tentar achar uma internet funcionando. E nada. Depois fui pro centro tentar achar o cabo da internet, mas como eu só sei ir via rio e não tenho internet pra procurar um caminho mais perto, andei pra caramba. Chegando lá, eu não sabia falar cabo de internet em alemão. Fui primeiro numa loja tipo Multicoisas e, falando inglês, o menino não tinha e me falou que deveria ter no shopping. Fui pro shopping e, no meio de 300 mil lojas de roupas e sapatos (que raiva nessas horas), achei uma loja de eletrônicos. A menina não tinha, mas me ensinou que se fala “Internet Cabe” e me falou que deveria ter numa loja na pqp. Óbvio que eu me perdi no caminho pra essa loja, mas numa paralela encontrei uma loja de “Batteries”. Entrei e um velhinho super legal me disse que não tinha também mas que eu encontraria na mesma loja que a menina falou. E ele me explicou de um jeito mais simples como chegar lá e eu cheguei!! E achei o cabo!! Gente, vocês não têm ideia da minha felicidade quando saí daquela loja com o cabo da internet. Até parei pra almoçar no Mc Donald’s e comi um Mc Rib, um lanche com carne de costela e molho barbecue, muito bom. 

O centro de Heilbronn é muito bonitinho. Gostei de andar lá. Várias lojas, restaurantes baratos (mas só com porcaria...), umas lojas de departamento tipo Free Shop, amei! Mas só vou gastar quando precisar ou quando estiver indo embora. Nesses primeiros dias já tive vários gastos extra com hotel, táxi e roupa de cama. 

Voltei pra casa, consegui achar o caminho, passei no supermercado de novo (comprar o travesseiro, lembra?) e voltei pro meu apartamento. E o meu cabo de internet funcionou!! Não sei por que com o da menina não dava. Espero que eu não tenha quebrado o dela. Bom, daí vi uns seriados e fui dormir.

Ah, conheci o outro menino do meu apartamento, o Sam, também da Malásia. Ele também pareceu muito bonzinho e é o segundo ano dele aqui. Interessante como o Sam e o Chan são da Malásia, mas são bem diferentes fisicamente. O Chan é oriental e minúsculo e o Sam tem meio cor de indiano e é enorme.
Só estou meio preocupada porque agora minhas pernas estão doendo bastante (mas acho que vai passar) e meu olho direito tá meio inchado e dolorido. Mas não o olho, a pele embaixo do olho. Estranho. Não queria ter que ir num médico... Bom, vamos ver.

PS1: Nos supermercados aqui tem que enfiar uma moeda de 1Euro no carrinho pra poder desprende-lo e usar. Se você não tem a moeda, ou pede esmola ou carrega na mão. Isso me fez ter que fazer duas viagens da primeira vez, porque ainda não estou a ponto de pedir esmola. Daí você pode levar o carrinho pra casa, mas só quando devolve ele joga de volta sua moeda.

PS2: Não achei achocolatado!!! No máximo achei um Toddynho chamado Happy Drink. Que fofo!


O primeiro dia



Acordei cedo, tomei café (bem bom o café do hotel) e fui fazer meu teste de nível para o curso grátis de alemão. Para isso, tinha que ir pra faculdade, e a moça do hotel me explicou um caminho pela margem do rio que corta a cidade, bem legal. Aliás, o hotel que eu fiquei, Grüner Kranz, é uma graça, o casal de donos são uns fofos, me ajudaram muito. Bom, enquanto eu tava na margem do rio beleza, mas quando saí, pra variar, me perdi. Dei várias voltas até que caí na faculdade. Como eu já me conheço, saí 1:30h antes da prova para evitar problemas hehe.

Bom, cheguei meia hora antes e fiquei conversando com uma menina da Georgia chamada Diana, muito boazinha. Ela também ia fazer a prova. Bom, primeiro teve o teste escrito, que obviamente eu não consegui terminar, porque só sei o alemão básico. Como não vale a pena mentir nesse tipo de teste, fiz o que eu sabia bem rápido e entreguei (tava com medo de me perder na volta e perder hora para a mudança de casa hehe). Daí teve a prova oral. Esperei um tempo na fila vendo vários estudantes intercambistas se achando, até que fui chamada. Eu tinha que me apresentar, contar uma historinha baseada num desenho que a mulher me mostrou e responder algumas perguntas. A minha historinha ficou meio “o mesa, o cadeira, eu falar alemão”, mas a mulher me falou que eu me comunico bem e que vai me pôr num grupo intermediário. Saí toda felizinha. 

A volta pelo rio foi bem mais fácil. Acabei chegando mais cedo no meu apartamento. O senhor que cuida do meu bloco, o Herr Keller, é super velhinho e simpático. Só que ele não tinha condições de me ajudar a subir com as malas e o meu apartamento é no terceiro e último andar, sem elevador. Fui subindo degrau por degrau, fazendo um barulho danado e apoiando a mala na minha perna, o que me deixou TODA roxa. Meu apartamento não é de papel como na Holanda, é meio velho, mas o quarto é bom. Tem armários suficientes para todas as minhas coisas e é razoavelmente limpo. Tirando a privada que tem umas crostas nojentas na água. Eu tentei limpar com aquele limpador meio esponja, mas não sai. Não sei se é uma mancha, enfim. Iiiiu! Vou ter 4 colegas de quarto, já conheci dois (a Kate, uma americana novinha que vai começar a fazer faculdade de turismo aqui e não fala uma palavra de alemão) e o Chan (um mini-menino de 1m de altura da Malásia e muito inteligente e simpático. Ele fala super bem inglês e alemão e esse é o terceiro ano dele no apartamento). Mas o apartamento e o prédio no geral não são super sociáveis como na Holanda. As pessoas ficam dentro dos quartos.




Bom, vi que roupa de cama e toalha não estavam incluídas e tive que ir comprar. Tem um supermercado enorme chamado Kaufland no quarteirão do lado da minha casa, o que é muito bom. Fazer compras num país diferente é mega divertido. Mas acabei comprando coisas bem básicas tipo ovo e sopa Knorr, porque ainda dá um medinho de comprar coisas muito estranhas. Também comprei uma água e depois fui descobrir que era água com sabor de cereja, eca! Como eu não vi aquela cereja na embalagem! Fui na mais barata e me ferrei. Também achei que eu não ia precisar de travesseiro (economia na base da porcaria) e tive que voltar no dia seguinte no supermercado pra comprar. 

Também descobri que a internet não é wireless e eu não tinha cabo! Peguei emprestado o da Kate e... não funcionou! Óbvio que sempre acontece comigo né. Sem contar que o cabo dela ficou preso na minha tomada, olha que beleza. Daí, com medo de quebrar, eu pedi pra ela tirar. De noite fiquei vendo seriados (por umas três horas) até que fui dormir.

A chegada



Bendito seja o Dramin! Quanto mais velha eu fico, mais medo de avião eu tenho, e só ele consegue me fazer dormir. O meu voo pra Frankfurt foi razoavelmente tranquilo. No começo, lá em Belo Horizonte mais ou menos, começou uma turbulência fortíssima e o comissário falou dos cintos e tal. Já comecei a entrar em pânico. Aparentemente era uma tempestade forte, porque o piloto fez um MEGA desvio (tipo mais de 90 graus) no mapinha de voo e nos salvou da morte. Depois só pegamos uma turbulência em Portugal, mas essa foi mais rápida.

Quando acordei depois de três horas de sono-coma de Dramin, não consegui mais dormir porque sentei do lado de duas almas gêmeas que foram se encontrar justamente do meu lado e de madrugada! Meuuu, eles não fechavam a matraca. Sem contar que o antipático do menino falou pra mim que não falava inglês quando eu pedi pra ele colocar meu passaporte em cima do banco pra eu guardar a mala, mas tava todo fluente com a menina lá. Até que um bendito senhor mal-humorado que sentava na frente mandou ele calar a boca (educadamente, como um bom alemão - “Este é um voo noturno, quero dormir, há possibilidade? - e não na base do tapa como na cena que eu e a mãe vimos no avião da Itália). Bom, daí eu dormi mais duas horinhas. Adoro gente mal humorada com razão.

Ahhh, e deixa eu contar minha primeira fala em alemão, hahahahha. Vou ignorar minha tentativa bizarra de pedir pro menino que mentiu que não falava alemão colocar meu passaporte e meu casaco na cadeira. Só o que saiu foi: Bitte. Das auch bitte. Que quer dizer: Por favor. Isso também, por favor. Ridículo, eu avisei, mas deixa eu contar a outra. A aeromoça alemã perguntou o que eu queria beber em alemão. E eu respondi num fluentíííssimo: Wasser, bitte. Daí ela perguntou algo do tipo “schwschweisterschei? “, que pelo contexto eu acho que era “com gás ou sem gás?” (por que eles sempre vêm com uma pergunta difícil pra estragar nossa graça???) e eu, não querendo de jeito nenhum desistir e sem entender nada do que ela disse, usei todo o meu vocabulário avançado e disse: “normale”. E, yes! Consegui pedir minha primeira água em alemão contornando as pegadinhas.

Bom, cheguei ao aeroporto em Frankfurt e, passando a parte chata da conexão, encontrei uma brasileira simpaticíssima que me revistou (eles revistam todos, e isso fez com que fosse bem mais fácil pra mim) e na hora de passar no controle de passaporte, pra variar, um alemãozinho metido tentou me testar que eu precisava de visto quando o consulado me avisou que eu não precisava!!! Ele me encheu o saco por uns dois minutos e me deixou entrar. Ah, outra cena boa foi quando o meu Angry Bird pulou na mão do fiscal que tava me ajudando a tirar o computador da bolsa, hahahhahah.

Na conexão pra Stuttgart não aconteceu nada de mais, só tava nervosa com medo da minha mala de mão não caber no voo local, mas coube. Quando cheguei, o policial me parou porque eu era a única cheia de bagagem. Consegui responder quase todas as perguntas em alemão! Só passei pro inglês quando ele me perguntou se eu tinha álcool, porque eu não entendi a pergunta hahaha. Peguei um táxi pro hotel (aliás, Heilbronn é mais longe de Stuttgart do que eu pensava, 80km mais ou menos). Pechinchei com o taxista em alemão e conversei um pouquinho com ele em alemão, olha que máximo! Por hoje é só, cansada...

PS1: Quando cheguei tava nevando! Já vi neve, mas é a primeira vez que vejo nevar. É lindo. Os flocos são que nem de desenho animado!

PS2: No Brasil temos gatos e cachorros vira-latas. Aqui vi um coelho!