No último final de semana, fui
para Luxemburgo com a minha amiga irlandesa. Fizemos o mesmo esquema de pegar o
trem barato, mas ter que viajar por vááárias horas, mas não paramos em nenhum
lugar desta vez. A última baldeação foi num ônibus, o que foi legal para ver
paisagens de cidadezinhas menores e estradas.
Chegamos em Luxemburgo na
sexta-feira, no final da tarde, e não foi muito fácil achar nosso hostel.
Primeiro, porque a maioria das pessoas lá fala francês (apesar de,
teoricamente, ser uma cidade de francês e alemão. E, por incrível que pareça,
prefiro alemão que francês... Acho que, no final das contas, meu alemão está
melhorando um pouquinho.), depois porque a cidade é meio complicada. O ruim do
ônibus é que ele não pára na estação central, ele pára num lugar xis, que no
nosso caso foi uma avenida comercial gigantesca, parecida com Brasília, sem
árvores, com um sol do cão. Demos um jeitinho de entrar disfarçadamente num
banheiro de um hotel de luxo e começamos a andar infinitamente até o centro da
cidade. No caminho, passamos por uma ponte e vimos a cidade de Luxemburgo lá
embaixo. Sim, é como se a cidade tivesse dois andares, por isso que eu achei
complicada. É difícil ler mapas, por exemplo, porque as ruas são ligadas, mas
você não sabe se são na parte de cima ou na de baixo, porque elas se sobrepõem...
Não sei se dá pra entender. Bom, andamos por mais de uma hora, descendo,
descendo, descendo, até que achamos um casal com mochilão e resolvemos
segui-los discretamente (stalkers), já que o hostel que estávamos era o único
da cidade. A ideia foi ótima, porque eles iam exatamente para lá. E mais, eram
brasileiros. Aliás, incrível a quantidade de brasileiros em Luxemburgo, era
metade do nosso hostel, juro.
Chegamos no hostel e eu já fui
meio grossa com uma vaca magrela que queria fazer check-in na nossa frente
furando a fila, porque eu estava acabada. Folgada. O Hostel era um HI, então
era todo padronizadinho, como já disse antes, e também tinha gente de todas as
idades, desde crianças pequenininhas com os pais até velhinhos que mal
conseguiam caminhar. E o bom de HI é que eles ainda têm café-da-manhã, porque a
nova onda dos hostels é cortar o café ou cobrar à parte.
Bom, deixamos as coisas no hotel
e fomos dar uma caminhada. Nosso hotel ficava no ponto mais baixo possível da
cidade, então cada caminhada era uma escalada e eu quase morria. A irlandesa
tem mais resistência do que eu e acho que ficava meio de saco cheio de esperar
a lerda aqui, mas também, dane-se, porque não tinha motivo pra ter pressa.
Demos uma passeada nas ruas ao redor do hostel e tiramos várias fotos, porque
Luxemburgo acabou se revelando mais bonita do que imaginávamos.
Também encontramos várias
estatuazinhas de elefantes pela cidade, porque estava tendo a “Elephant Parade”
(tipo aquela das vacas que teve em São Paulo), e tiramos várias fotos. Teve uma
hora que eu até me proibi de tirar fotos disso, porque fui vendo que metade das
minhas fotos eram de elefantes . Hahahahah!
No sábado, tomamos café e fomos
passear de novo. Luxemburgo é linda, mas não tem muito que fazer além de andar,
por isso, acho que um ou dois dias lá são suficientes. Primeiro andamos pelas
ruas da parte baixa da cidade, na margem do rio, que é basicamente um bairro
residencial e mais antigo. Mas é bem deserto. BEM deserto. É até meio estranho.
Também vimos uma igreja e um labirintozinho, onde derrubei minha câmera e quase
quebrei. Fiz uma promessa de não comer chocolate até dezembro se ela voltasse a
funcionar e ela voltou, agora tenho que me aguentar... Fomos jantar no McDonald’s
do centrinho.
Depois subimos e fomos andar
pelas ruas lá de cima. Saímos do centro e fomos pra umas áreas menos turísticas
e mais feias para comer barato (porque a cidade é muuuito cara!), achamos a
estação (que é bem feia e mal-localizada), e logo voltamos. Também passamos
numa praça cheia de flores, mas não ficamos muito porque tinha um cara meio
estranho puxando papo com a gente. Aliás, é interessante perceber como
potenciais psicopatas me abordam quando eu estou mais mal-vestida e acabada
possível. Isso daria uma boa tese de mestrado em psicologia.
Também fomos para o “cassino” de
Luxemburgo, mas chegando lá, descobrimos que era um museu, que estava tendo uma
exposição sobre Black Metal. Os museus em Luxemburgo são de graça, então fomos.
Que bizarro!! Nem posso colocar todas as fotos porque tem uns quadros que acho
que fariam meu blog ser denunciado por ataque à moral e aos bons costumes. Mas
o mais bizarro era um filme que tava passando na salinha escura do museu. Juro,
é o filme mais estranho e medonho que eu já vi, ele misturava cenas de mistério
tipo Stephen King, com abelhas, com sexo, com um coral de cantores, com
roqueiros, com rodeio, com paisagens na neve, com igreja, com uma mulher
cantando uma música meio gótica no fundo. E quando eu olhava, ficava meio
hipnotizada, sei lá, não dava pra parar de ver. Nós ficamos lá por mais de uma
hora vendo o filme (eu, na verdade, dormi um pouco) e não conseguimos ver o
final. Me pareceu meio “O Chamado”, ou algum tipo de hipnose pra “O Albergue”,
que horror! Hahahaha
Nesse museu também tinha um "mágico" japa folgado que pegava dinheiro pra fazer uma magicazinha meia-boca e não devolvia. E o pior era a frustração, porque a porta pra sala do mágico era toda cheia de suspense, só um por vez podia entrar quando a luzinha verde fosse acesa.
Depois de muito caminhar,
voltamos pro hotel, jogamos um pouco de baralho e jantamos lá mesmo. O
restaurante tinha sopa por 3,50 Euros, dois tipos de sopa, coma à vontade. Eu
devo ter tomado um litro e meio de sopa pra recuperar o investimento ahhahaha!
No dia seguinte, fomos caminhar
de novo. Voltamos praquela rua comercial, andamos um pouco por lá, mas era
domingo e estava tudo fechado. Parecia uma cidade fantasma. Tinha uma estátua
de um executivo gigante que era engraçada.
A única coisa aberta era o Museu
de Arte Moderna. De graça. Fomos lá então. Novamente, vááárias coisas meio
sinistras, como esculturas de gente enforcada, uns videozinhos sem pé nem
cabeça... Tinha um aparelhinho bem interessante, que era tipo um carrinho de
brinquedo que fazia um barulho diferente dependendo da cor que ele passava por
cima. Daí tinha um papel gigante no chão e canetinhas, onde as pessoas pintavam
e colocavam o “carrinho” pra “cantar”. Mas o que eu achei mais lindo foi uma
fonte de tinta preta, que pingava beeem de-va-gar. De acordo com a mulher do
museu, o artista quis representar o pensamento de um escritor ao escrever, mas
para mim, parecia uma fonte da tristeza, chorando lágrimas pretas. É,
Luxemburgo é uma cidadezinha meio estranha...
Voltamos para o hotel. De novo,
jogamos baralho, jantamos a sopa e fomos dormir. Tinha uma menina bizarra no
nosso quarto também. Ela tava lá nas três noites, sozinha, ficava quase o dia
inteiro no quarto e um dia bateu na porta e, quando eu atendi, disse: “Oh,
desculpa, achei que fosse minha roommate”. Mas ela tava sozinha! Sem
comentários, mais um pra lista sinistra de Luxemburgo. No dia seguinte, eu e a irlandesa
saímos tão cedo pra não perder o ônibus, que acabamos chegando a tempo de pegar
o ônibus anterior hahahhaha (por isso que ela é minha amiga!). Paramos na
cidade de Homburg no caminho (sim, H”O”mburg, com “O”, não Hamburg), que era
bem bonitinha, e voltamos para Heilbronn.
Fer... Valeu... já excluí Luxemburgo da minha lista de lugares para visitar.
ResponderExcluirAhhh, excluiu? Eu fiz parecer desinteressante? Eu achei muito bonito, vale a pena, mas um ou dois dias são suficientes =)
Excluir