Rothenburg foi amor à primeira
vista. A cidade é fofa, linda, adorável (acho que essa é uma boa palavra,
adorável). Rothenburg é uma cidade estilo casa de boneca. Na verdade, ela é uma
cidade medieval, com o centro rodeado por uma muralha conservada desde aquela
época. A arquitetura mistura casinhas alemãs (coloridas ou com os risquinhos de
madeira) com casas e outras construções de pedra desse passado medieval.
Cheguei umas 14h e andei até o
hostel. Fiquei no HI de Rothenburg. Ele fica mais perto do centro histórico do
que da estação, o que significa uns 20 minutos de caminhada. Me perdi e tive
que pedir informação para uma velhinha muito simpática que me ajudou toda
alegre, o que fez a cidade ganhar ainda mais pontos positivos comigo. Tanto
Bamberg como Rothenburg, ao contrário de Heilbronn, são turísticas, e muita
gente fala inglês, mas eu tento usar o alemão sempre que posso nessas coisinhas
pequenas. Enfim, o hostel era uma delícia. Super limpo, bem espaçoso, com
lockers, roupa de cama. Não sei por que, mas me senti em casa. Tinha muitas
famílias com crianças também. Pode parecer que enche o saco, mas no fundo o ar
familiar dá uma sensação boa de segurança.
Deixei as coisas e saí para a
cidade. Como já eram 3h da tarde, resolvi visitar museus e deixar o passeio pelas
ruas para o dia seguinte. Primeiro fui ao museu do crime, que mostra diversas
coisas relacionadas à história de como as pessoas eram punidas na era medieval,
em torno da época da inquisição. O museu conta a história de como eram os
julgamentos (e tem os livros com as leis da época), mostra alguns instrumentos
de tortura para arrancar confissões mais pesadas dos réus (essa parte é meio
creepy, mas eu acho interessante), mas também tem algumas das coisas usadas
para punir as pessoas por crimes menores, no “dia-a-dia” (se é que se pode falar
em punição do dia-a-dia). Por exemplo, existiam algumas “máscaras da vergonha”,
de metal com formatos específicos “relacionados” ao “crime” cometido pela
pessoa. Por exemplo, tinha uma máscara de porco para homens condenados por “se
comportar como porcos”, e máscaras com línguas gigantes para mulheres condenadas
por fofocar. Essas condenações poderiam durar apenas algumas horas, nas quais
os condenados tinham que usar a máscara, muitas vezes com um sino pendurado,
para serem humilhados nas ruas. Outra interessante era uma gaiola que servia
para prender tanto prostitutas quanto padeiros que faziam pães muito pequenos.
É isso mesmo. Aliás, tinha vários instrumentos de punição pra padeiros
pão-duros, pelo que vi. Homens que bebiam demais podiam ser presos dentro de um
barril, e mulheres que brigavam poderiam ter os pescoços e mãos presos num
mesmo pedaço de madeira com buraquinhos até fazer as pazes. Essa madeira também
era usada para casais que brigavam muito. Lá também tinha cintos de castidade,
e o interessante é que eles eram usados tanto para um lado “mal” (por maridos
que acorrentavam as mulheres enquanto viajavam, para evitar traições), quanto
para proteger mulheres em regiões onde havia muito estupro. Também tinha um
terço gigante e pesado de madeira para ser usado por pessoas que foram punidas
por motivos religiosos menos graves. Enfim, eu achei tudo bem interessante.
Saindo de lá, fui para o museu
dos brinquedos, que ficava bem pertinho. Aliás, museus bem opostos na cidade
né? Crimes e brinquedos. Enfim... Olha, se eu tivesse que escolher entre passar
uma noite trancada sozinha no museu do crime ou no dos brinquedos, eu COM
CERTEZA escolheria o do crime. Aqueles brinquedos velhos, principalmente as
bonecas, podem ser bem bizarros. A descrição do museu pode ser lida tanto como
“ai, que fofo” quanto como “ai que medo”. Uma casinha velha, uma mulher beeem
velhinha tomando conta, vários brinquedos antigos, as tábuas do chão de madeira
rangendo. Bom, eu não sou muito fã das bonecas, mas tinha uns bichinhos de
pelúcia bonitinhos. Pena que eu não pude tirar fotos... Tinha umas casinhas de
bonecas gigantes, todas mobiliadas. Joguinhos de chá de todos os tipos,
farmaciazinhas. Tinha uma seção com aqueles bonequinhos tipo marionete,
pendurados por fiozinhos. Medonho. Principalmente os que tinham cara de duende.
Tinha um palhaço quase tamanho real também. Enfim, quem quiser fazer um filme
de terror, #ficadica. Mas é interessante ver bonequinhas do século 15, por
exemplo, e pensar que um dia uma menina brincou com aquilo antes de o Brasil
ser descoberto.
Saindo de lá, ainda fui dar uma
passeada na pracinha da cidade. Primeiro percebi que aqui tem uma sobremesa
típica nas padarias e restaurantes, as Schneeballen (bolas de neve), que é tipo
uma massinha caseira parecida com a de bolinho de chuva, enrolada e coberta com
açúcar de confeiteiro (daí o nome de “neve”), ou com chocolate, ou com canela,
enfim, várias opções. Comprei uma de chocolate pra provar.
Daí entrei numa loja
linda linda linda de presentes. Comprei umas coisinhas, porque fiquei
encantada. Vários enfeitinhos fofos. Tinha uns relógios em forma de casinhas
alemãs maravilhosos, pena que custavam de 180 euros pra cima. Depois entrei
numa outra loja do lado, que era só de bichos de pelúcia (Teddy’s House, ou
algo assim). Gente, que coisa mais linda. Tudo caro, um chaveiro 15 euros, mas
muito muito fofo. Enfim, a cidade é linda, as lojas são lindas, as pessoas são
simpáticas, adorei. No final da tarde, a temperatura caiu muito de novo, então
voltei para o hostel.
No dia seguinte, acordei bem cedo
e fui caminhar pela cidade. Em três horas, mais ou menos, passei por todo o
centro histórico, caminhei um pouco por cima da muralha que rodeia a cidade (de
lá tem uma vista bem legal de cima das casinhas), visitei as igrejas. Adorei
uma que foi construída de 1380 a 1410, acho que se chama St. John. É muito
interessante pensar que as pessoas rezavam ali no século XV. Daí fui almoçar,
desta vez num restaurante italiano, porque tava morrendo de vontade de comer
macarrão à carbonara.
De tarde, como não tinha mais
nada diferente pra eu fazer, fiquei vendo as lojinhas. Que perigo! Gente, eu
nunca vi tanta coisa fofa junta pra vender igual eu vi em Rothenburg. Dá
vontade de comprar tudo. Sim, eu comprei algumas coisas, mas onde dava eu
tirava foto, porque é tudo muito lindo. Sério, acho que entrei em todas as
lojas da cidade e gastei uma boa grana em porcarias. Mas porcarias tão
lindas!!! Gente, e tem uma loja-museu de natal perto do centro que vale a pena
comentar. O nome é Käthe Wohlfart, e pelo que pesquisei, é uma loja de natal
internacionalmente conhecida e cuja sede é esta mesmo em Rothenburg. É gigante,
e tem tudo o que uma pessoa possa imaginar de natal. Vocês precisavam ver a
variedade de bolas de árvore de natal que tem lá. Não era permitido tirar foto,
então eu só consegui tirar uma meio escondida para ter uma idéia. A loja segue
como se fosse uma exposição, você vai andando como num museu, e pode ir pegando
as coisas. Tem a ala das bolas, a ala das árvores, a ala dos bonecos de neve, a
ala dos penduricos, a ala dos enfeites de metal e assim por diante. É caríssima
e tudo é quebrável, então eu não pude comprar nada. Mas é maravilhosa.
No final da tarde, parei em outro
restaurante para tomar uma sopa e um chocolate quente e voltei para o hotel
ENCANTADA com a cidade. Que lugar lindo! Se planejarem viagens para a Alemanha,
lembrem-se de Rothenburg.
PS1: É interessante ver que na
cidade histórica de Rothenburg não existe nenhum restaurante ou loja de
franquia (tipo Subway e Mc Donald’s). São só negociozinhos locais. Acho que a
intenção é a de manter o ar de vila, e/ou o ar medieval. De qualquer modo,
funciona.
PS3: Heilbronn: nenhum
brasileiro. Bamberg: nenhum brasileiro. Rothenburg: brasileiros! Finalmente, em
três semanas, ouvi alguém falar português. Tem horas que isso é booom...
Já tinha visto umas fotos de Rothenburg na Internet e achei linda! Parece uma cidade de bonecas!
ResponderExcluirPS: E sua nova bicicleta mega pink, como anda?
bjs!
Luuu, verdade! Tô devendo a foto da bicicleta mega pink! Ela ainda tá com o pneu furado, por isso está quietinha por enquanto. Mas logo logo posto aqui pra vocês conhecerem!
Excluirem dez dias estarei ai.... contagem regressiva :). vou usar seu post como referencia para meu roteiro.... hauauhauha bjus
ResponderExcluirDri, vc vai AMAR Rothenburg. É demais! Ainda mais agora que você está com o espírito materno aflorado... hahahahhah
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