quarta-feira, 3 de abril de 2013

Rothenburg ob der Tauber



Rothenburg foi amor à primeira vista. A cidade é fofa, linda, adorável (acho que essa é uma boa palavra, adorável). Rothenburg é uma cidade estilo casa de boneca. Na verdade, ela é uma cidade medieval, com o centro rodeado por uma muralha conservada desde aquela época. A arquitetura mistura casinhas alemãs (coloridas ou com os risquinhos de madeira) com casas e outras construções de pedra desse passado medieval.


Cheguei umas 14h e andei até o hostel. Fiquei no HI de Rothenburg. Ele fica mais perto do centro histórico do que da estação, o que significa uns 20 minutos de caminhada. Me perdi e tive que pedir informação para uma velhinha muito simpática que me ajudou toda alegre, o que fez a cidade ganhar ainda mais pontos positivos comigo. Tanto Bamberg como Rothenburg, ao contrário de Heilbronn, são turísticas, e muita gente fala inglês, mas eu tento usar o alemão sempre que posso nessas coisinhas pequenas. Enfim, o hostel era uma delícia. Super limpo, bem espaçoso, com lockers, roupa de cama. Não sei por que, mas me senti em casa. Tinha muitas famílias com crianças também. Pode parecer que enche o saco, mas no fundo o ar familiar dá uma sensação boa de segurança.


Deixei as coisas e saí para a cidade. Como já eram 3h da tarde, resolvi visitar museus e deixar o passeio pelas ruas para o dia seguinte. Primeiro fui ao museu do crime, que mostra diversas coisas relacionadas à história de como as pessoas eram punidas na era medieval, em torno da época da inquisição. O museu conta a história de como eram os julgamentos (e tem os livros com as leis da época), mostra alguns instrumentos de tortura para arrancar confissões mais pesadas dos réus (essa parte é meio creepy, mas eu acho interessante), mas também tem algumas das coisas usadas para punir as pessoas por crimes menores, no “dia-a-dia” (se é que se pode falar em punição do dia-a-dia). Por exemplo, existiam algumas “máscaras da vergonha”, de metal com formatos específicos “relacionados” ao “crime” cometido pela pessoa. Por exemplo, tinha uma máscara de porco para homens condenados por “se comportar como porcos”, e máscaras com línguas gigantes para mulheres condenadas por fofocar. Essas condenações poderiam durar apenas algumas horas, nas quais os condenados tinham que usar a máscara, muitas vezes com um sino pendurado, para serem humilhados nas ruas. Outra interessante era uma gaiola que servia para prender tanto prostitutas quanto padeiros que faziam pães muito pequenos. É isso mesmo. Aliás, tinha vários instrumentos de punição pra padeiros pão-duros, pelo que vi. Homens que bebiam demais podiam ser presos dentro de um barril, e mulheres que brigavam poderiam ter os pescoços e mãos presos num mesmo pedaço de madeira com buraquinhos até fazer as pazes. Essa madeira também era usada para casais que brigavam muito. Lá também tinha cintos de castidade, e o interessante é que eles eram usados tanto para um lado “mal” (por maridos que acorrentavam as mulheres enquanto viajavam, para evitar traições), quanto para proteger mulheres em regiões onde havia muito estupro. Também tinha um terço gigante e pesado de madeira para ser usado por pessoas que foram punidas por motivos religiosos menos graves. Enfim, eu achei tudo bem interessante.


Saindo de lá, fui para o museu dos brinquedos, que ficava bem pertinho. Aliás, museus bem opostos na cidade né? Crimes e brinquedos. Enfim... Olha, se eu tivesse que escolher entre passar uma noite trancada sozinha no museu do crime ou no dos brinquedos, eu COM CERTEZA escolheria o do crime. Aqueles brinquedos velhos, principalmente as bonecas, podem ser bem bizarros. A descrição do museu pode ser lida tanto como “ai, que fofo” quanto como “ai que medo”. Uma casinha velha, uma mulher beeem velhinha tomando conta, vários brinquedos antigos, as tábuas do chão de madeira rangendo. Bom, eu não sou muito fã das bonecas, mas tinha uns bichinhos de pelúcia bonitinhos. Pena que eu não pude tirar fotos... Tinha umas casinhas de bonecas gigantes, todas mobiliadas. Joguinhos de chá de todos os tipos, farmaciazinhas. Tinha uma seção com aqueles bonequinhos tipo marionete, pendurados por fiozinhos. Medonho. Principalmente os que tinham cara de duende. Tinha um palhaço quase tamanho real também. Enfim, quem quiser fazer um filme de terror, #ficadica. Mas é interessante ver bonequinhas do século 15, por exemplo, e pensar que um dia uma menina brincou com aquilo antes de o Brasil ser descoberto. 


Saindo de lá, ainda fui dar uma passeada na pracinha da cidade. Primeiro percebi que aqui tem uma sobremesa típica nas padarias e restaurantes, as Schneeballen (bolas de neve), que é tipo uma massinha caseira parecida com a de bolinho de chuva, enrolada e coberta com açúcar de confeiteiro (daí o nome de “neve”), ou com chocolate, ou com canela, enfim, várias opções. Comprei uma de chocolate pra provar. 



Daí entrei numa loja linda linda linda de presentes. Comprei umas coisinhas, porque fiquei encantada. Vários enfeitinhos fofos. Tinha uns relógios em forma de casinhas alemãs maravilhosos, pena que custavam de 180 euros pra cima. Depois entrei numa outra loja do lado, que era só de bichos de pelúcia (Teddy’s House, ou algo assim). Gente, que coisa mais linda. Tudo caro, um chaveiro 15 euros, mas muito muito fofo. Enfim, a cidade é linda, as lojas são lindas, as pessoas são simpáticas, adorei. No final da tarde, a temperatura caiu muito de novo, então voltei para o hostel.






No dia seguinte, acordei bem cedo e fui caminhar pela cidade. Em três horas, mais ou menos, passei por todo o centro histórico, caminhei um pouco por cima da muralha que rodeia a cidade (de lá tem uma vista bem legal de cima das casinhas), visitei as igrejas. Adorei uma que foi construída de 1380 a 1410, acho que se chama St. John. É muito interessante pensar que as pessoas rezavam ali no século XV. Daí fui almoçar, desta vez num restaurante italiano, porque tava morrendo de vontade de comer macarrão à carbonara. 




De tarde, como não tinha mais nada diferente pra eu fazer, fiquei vendo as lojinhas. Que perigo! Gente, eu nunca vi tanta coisa fofa junta pra vender igual eu vi em Rothenburg. Dá vontade de comprar tudo. Sim, eu comprei algumas coisas, mas onde dava eu tirava foto, porque é tudo muito lindo. Sério, acho que entrei em todas as lojas da cidade e gastei uma boa grana em porcarias. Mas porcarias tão lindas!!! Gente, e tem uma loja-museu de natal perto do centro que vale a pena comentar. O nome é Käthe Wohlfart, e pelo que pesquisei, é uma loja de natal internacionalmente conhecida e cuja sede é esta mesmo em Rothenburg. É gigante, e tem tudo o que uma pessoa possa imaginar de natal. Vocês precisavam ver a variedade de bolas de árvore de natal que tem lá. Não era permitido tirar foto, então eu só consegui tirar uma meio escondida para ter uma idéia. A loja segue como se fosse uma exposição, você vai andando como num museu, e pode ir pegando as coisas. Tem a ala das bolas, a ala das árvores, a ala dos bonecos de neve, a ala dos penduricos, a ala dos enfeites de metal e assim por diante. É caríssima e tudo é quebrável, então eu não pude comprar nada. Mas é maravilhosa. 


No final da tarde, parei em outro restaurante para tomar uma sopa e um chocolate quente e voltei para o hotel ENCANTADA com a cidade. Que lugar lindo! Se planejarem viagens para a Alemanha, lembrem-se de Rothenburg.

























PS1: É interessante ver que na cidade histórica de Rothenburg não existe nenhum restaurante ou loja de franquia (tipo Subway e Mc Donald’s). São só negociozinhos locais. Acho que a intenção é a de manter o ar de vila, e/ou o ar medieval. De qualquer modo, funciona.


PS2: Na maioria das casas comerciais (sejam elas padarias, hotéis, sapatarias ou bares), eles colocam uma espécie de letreiro na transversal, não sei como chama. Eu acho um charme esse tipo de coisa em todas as cidades que eu vejo. Algumas imagens de alguns mais bonitinhos que eu fotografei.





PS3: Heilbronn: nenhum brasileiro. Bamberg: nenhum brasileiro. Rothenburg: brasileiros! Finalmente, em três semanas, ouvi alguém falar português. Tem horas que isso é booom...

4 comentários:

  1. Já tinha visto umas fotos de Rothenburg na Internet e achei linda! Parece uma cidade de bonecas!

    PS: E sua nova bicicleta mega pink, como anda?

    bjs!

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    1. Luuu, verdade! Tô devendo a foto da bicicleta mega pink! Ela ainda tá com o pneu furado, por isso está quietinha por enquanto. Mas logo logo posto aqui pra vocês conhecerem!

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  2. em dez dias estarei ai.... contagem regressiva :). vou usar seu post como referencia para meu roteiro.... hauauhauha bjus

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    1. Dri, vc vai AMAR Rothenburg. É demais! Ainda mais agora que você está com o espírito materno aflorado... hahahahhah

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