Stuttgart – Stuttgarter Frühlingsfest

[Um post de bêbado, pra alegrar o blog...]

 

Nas terças-feiras, tenho três horas de aula de Intercultural Management, mas, nesta semana, minha professora teve uma viagem e não pôde ir. Um dos assuntos do momento é a Stuttgarter Frühlingsfest, uma festa no estilo “Oktoberfest” que acontece em Stuttgart na primavera (agora!). Juntando o útil ao agradável, combinei com minhas amigas (a irlandesa, e a chinesa) de irmos para lá então. 

Combinamos de nos encontrar na faculdade às duas da tarde, porque a chinesa tinha uma aula (ela é do curso de Turismo, enquanto eu e a irlandesa somos do de Administração). Nisso, acabamos encontrando uma americana de Turismo também, que quis ir com a gente. Fomos as quatro então para estação pegar o trem para Stuttgart. Dá menos de uma hora de viagem, mas a cidade parece ser bem grande. A sorte é que o namorado da americana mora em Stuttgart e foi nos levar até a festa, porque não tínhamos a mínima ideia de onde era. No caminho, vimos o estádio de futebol do Stuttgart e a matriz da Mercedes-Benz, onde o menino faz estágio.

Eu não tirei fotos, infelizmente, mas vou contar um pouquinho de como é a festa. É um graaande espaço aberto que, na verdade, é um parque de diversões. Sim: roda gigante, a torre/elevador (que chama Power Tower aqui hahahah), carrinho de bate-bate, barraca de tiro, barraca pra andar de cavalo, carrossel, etc etc etc. É muito grande. Mas o principal, como vocês devem imaginar, são as barracas de bebida. Quando você entra, elas parecem bares/restaurantes no meio do “parque de diversões”. Tem as mesinhas do lado de fora. Foi numa dessas que a gente sentou, pois, por incrível que pareça, estava um calor do cão. Mas quando você entra dentro dela, vê que é um negócio gigante, com umas faixas coloridas no teto, música alta e um bando de gente bêbada dançando e cantando músicas [aparentemente] folclóricas alemãs em cima das mesas. E 80% com aquela fantasia de alemão típica (que, fiquei sabendo, é na verdade típica só do estado de Bayern/Bavária, o que dá raivinha em muita gente daqui de Baden Württemberg). 

Bom, ficamos lá fora os cinco e resolvemos pedir uma cerveja. Eu não gosto de cerveja, mas vamos combinar que a situação pedia, né? Além do mais, tinha uma promoção de compre uma leve duas, então estava em conta. Ok, pedi a cerveja. O que eu não esperava era que viesse uma caneca de 1L (um LITRO mesmo, tinha o marcador de litro), que eu precisava beber com as duas mãos porque não conseguia levantar com uma só. Sem contar que a cerveja alemã é um pouco mais forte que a normal. Ah, nesse meio tempo chegaram mais dois meninos do curso de Turismo, os dois da Alemanha. Tomamos uma primeira rodada e pedimos o segundo litro grátis. Mas, a garçonete safadinha, trouxe uma tal de Radler no lugar da cerveja original. Essa Radler é uma mistura de cerveja e Sprite, mais fraca, barata e nojenta. Todo mundo ficou puto, mas teve que tomar a Radler, porque aparentemente a mulher não podia trocar 7L de cerveja. 

Óbvio que depois de 2L de cerveja eu comecei a sentir vontades loucamente fortes de fazer xixi. Fui para o banheiro esperando fila gigantesca e sujeira nojenta do tipo balada no Brasil. Surpresa! A fila era minúscula e o banheiro era limpo, comparável ao de um restaurante. E olha que eu fui lá vááárias vezes, hehe. 

Depois disso, pedimos uma terceira cerveja. Dessa vez, pagamos metade cada um porque já era quase noite (e noite aqui é quase 9h agora) e era terça-feira! Bom, só sei que depois dos 3L de cerveja nós conversamos, entramos, dançamos e cantamos em cima das mesas (são mesas tipo de refeitório, todo mundo sobe ao mesmo tempo), fui no banheiro umas 200 vezes, até que resolvemos voltar porque teríamos cerca de 1h de viagem até Heilbronn e o último ônibus entre a estação e nossas casas passa às 11:15h. Mas, na saída, encontramos um grupo de holandeses que começaram a conversar com a gente e falaram que iam pagar mais uma cerveja pra todo mundo. No Brasil, isso seria sinal de que eles estavam dando em cima de alguém, ou eram potenciais sequestradores, mas aqui eles simplesmente pagaram a cerveja, conversaram com a gente lá no meio das cantorias, e no final cada um foi embora na sua. Eu não tomei essa quarta cerveja, porque já estava mais pra lá do que pra cá. E foi uma boa decisão, porque a irlandesa foi na onda e no dia seguinte passou mal. Não que eu no dia seguinte não estivesse quebrada de sono e meio enjoada, mas pelo menos fiquei bem. 

Quando eram 11h da noite, a festa acabou, e os garçons colocaram a gente pra fora hahahhah. Outra diferença, no Brasil a festa iria até às 9h da manhã seguinte. A americana e o namorado já tinham ido embora, então ninguém tinha noção de onde ficava a estação. Um dos alemães, mega bêbado, foi pedindo informação pra todo mundo que ele via (detalhe, em inglês, sendo que ele é alemão e está na Alemanha hahhaha), até que nós chegamos e voltamos pra Heilbronn no último trem do dia, meia noite e quinze. Chegando lá, eu e as meninas ainda tivemos que correr atrás de táxi, mas foi rápido. 

Faz parte de morar na Alemanha, obrigatoriamente, tomar cerveja em alguma festa louca típica. Mesmo para antissociais nerds que não gostam de cerveja, como eu. Mensagem do dia: “Tá no inferno, abraça o capeta”!